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quinta-feira, 21 de junho de 2012

Para: Tupiniquim De: terra Guarani/Paraguay

Prezado Tupiniquim,

Venho por meio desta carta apresentar as minhas impressoes brasileiras em terras paraguaias. Sinto pela falta de acento no meu texto.

Sai de casa para o trabalho e fui caminhando, como todos os dias, percebi que alguma coisa nao estava muito bem, mas distraida continuei a caminhada, as pessoas estavam atentas na frente da televisao e aqueles que nao tinham uma televisao no momento estavam com os ouvidos grudados no radio (o vendedor de loteria na esquina, totalmente centrado no seu radinho de pilhas), continuei a caminhada e finalmente cheguei no trabalho e o radio tambem estava ligado, muito estranho, mas continuei meu caminho, falei bom dia para a recepcionista e perguntei o que estava acontecendo, ela, com um total desespero na sua face me perguntou "voce ainda nao esta sabendo? o governo esta caindo, e estao tentando tirar o presidente" e ela comecou a me atualizar perante os fatos, pobre ser humano EU desprovida das noticias, nao tinha lido o jornal antes de sair de casa, normalmente faco na hora do almoco.

Outras pessoas chegaram e continuamos a conversa, todos com faces aterrorizadas, o medo comeca a rondar os lugares. Durante esse momento o diretor vem ate nos e diz que tinhamos recebido ordem superior para suspender as atividades - para se suspender as atividades no trabalho eh sinal de que esta tudo pessimo e que os pilares politicos realmente estao abalados - eu realmente nao sabia o que fazer, se continuava dentro do edificio ou se encarava a rua, por fim resolvi voltar para casa caminhando, afinal nao moro muito longe.

Ao sair do edificio o seguranca me disse para tomar cuidado e nao ficar muito tempo na rua, respirei e continuei a caminhada, passei pela "Cerro Cora" e todos os onibus que passaram estao cheios, esta rua ela eh sentindo Centro/Bairro, depois cheguei na Azara e os onibus que vi passando enquanto caminhava pelo quarteirao estavam vazios, onibus vazio? meu Deus, estao evacuando o centro, pensei! depois de mais algumas quadras quando cheguei na rua Teodoro S. Mongelos, os onibus que vi passando tambem na mesma situacao, com isso o medo comecou a bater ...

Ao chegar em casa, liguei o radio, mas nao entendia muito do que era dito, os radialistas comecavam em castellano e terminavam em guarani e eu absorvia 50% da informacao, isso me deixou muito frustada, queria saber quem o povo esta apoiando, mas essa parte sempre era dita em guarani. Em tempos de crise quem tem meios de comunicacao eh rei, o jornal  http://www.ultimahora.com/ nao estava atualizando em tempo real e o radio eu estava desprovida de uma compreensao total, entao, resolvi e acreditei que a televisao seria o meio mais facil de compreensao (detesto televisao), mas comprei uma para poder me mandar informada do que esta acontecendo ha poucas quadras da minha casa. 

Minha familia cogitou a possibilidade de sair do Paraguai, mas acredito que nao seja tao necessario. Estamos com as atividades suspensas ate que tudo se resolva. O povo esta na praca em frente ao Cabildo, e vao fazer vigilia. Nao sei se os campesinos estao saindo do interior para Assuncao ou se ja chegaram.

Escuto um silencio que jamais escutei, as ruas estao vazias, as pessoas estao em suas casas, o supermercado estava lotado e vamos esperar pelo dia de amanha, o Presidente prepara sua defesa, o Povo o apoia e o Senado ignora a vontade do povo e defende seus interesses.

 Aguardo por uma decisao pacifica ...


Guarani  


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